serpente
não sei mais onde eu começo ou termino.
maio tem sido um mês cão. briguei feito doida com a maior parte das pessoas que amo e sinto que minha paciência anda mais baixa que os níveis da cantareira. minha autoconfiança, então, nunca foi tão escassa! a estria na perna esquerda ainda me incomoda, mas meu cabelo já foi mais loiro, mais brilhante e sedoso. cortei a franja só pra achar que comprida estava melhor. com toda essa evolução no mercado, por que ainda não inventaram nada pra fazer peito crescer? e que merda de calcanhar grosso é esse. nem pé de criança que joga futebol na rua (isso ainda existe?) precisa tanto de podóloga como eu.
é como se eu nunca fosse o bastante. não me dou trégua, sempre acho que posso ser mais. não consigo decidir se por excesso ou falta de confiança - excesso por achar que sempre poderia ter feito melhor, falta por nunca estar completamente contente com o que de fato fiz. ninguém deve viver assim. buda explica. eu sempre gostei tanto de budismo, mas até ele pode ser causa de frustração caso você não consiga segui-lo. it sucks.
queria ser mais boazinha comigo, menos crítica, mais leve. mais como sou com os outros. seria tão bom me tratar como sempre tratei os outros, com a mesma paciência, a mesma compaixão. mas ultimamente tem acontecido o inverso. me pego irritada com aluno rindo de besteira no fundo da sala e me é penoso ter que repetir uma mesma instrução mais de uma vez. porra, já não ouviu na primeira? susan miller deve explicar. mas dane-se ela. que raiva eu tenho de gente que aponta problema sem mostrar solução.
acho que podiam olhar pra mim de um jeito diferente. como eu olhava para os outros. com a mesma calma, paciência, compaixão. acho que o mundo me endureceu e eu odeio gente dura. quando olho no espelho fico em dúvida. acho que tô trocando de pele.
não sei mais onde eu começo.
nem onde termino.
Comentários
Beijo, e boa sorte com Maio... mas logo passa, chega Junho, vem férias. E "que seja doce!"
Quando eu era mais nova, certas atitudes me surpreendiam, e eu pensava: nunca quero ser assim. E devagar, parece que a gente vai se transformando no que não queria ser. É o que voce falou :"o mundo me endureceu, e eu odeio gente dura"
ps: adorei sua passagem no meu blog :D