a lua que eu ganhei
ela ficou sentada olhando a lua.
nunca tinha visto nada igual. da sacada do quarto onde ela passava sete
dias de férias ela já tinha de presente o mar, mas por alguma razão
desconhecida Deus resolvera lhe presentear com aquele luar refletido no oceano.
era uma coisa linda, de ficar inebriada, de não querer tirar os olhos. era como
se todo o corpo dela se demandasse ser feliz. pensava que aquele tipo de
cenário só era reproduzido no cinema, coisa de filme, coisa de cinema ou boa
televisão.
juntou as pernas e as agarrou com os braços, se dando um abraço de amor.
é, ela gostava de si mesma. apoiou o queixo nos joelhos e num breve fechar dos
olhos agradeceu à Deus por estar viva, pela saúde de todo mundo que amava e por
aquele luar tão lindo e gigante. sempre amou o mar, mas entendeu que o que
testemunhava ali era como o encontro de dois amantes, mar e lua, se apaixonando
escancaradamente. e poucas coisas no mundo são tão bonitas quanto testemunhar
um amor verdadeiro.
e o seu, sabe-se lá onde anda! também pouco importava. ali, com aqueles
dois na sua frente compreendeu mais do que nunca que o amor acontece quando tem
que acontecer por mais improvável que o seja. quem diria que quem mora no céu
iria se apaixonar tanto por quem fica tão fincado na terra. e há quem diga que
sol e lua é que se amam. mal sabem eles... mas a gente se confunde tanto na
vida, ela mesma, antes daquele momento podia jurar que o amor era aquela dança
desencontrada entre lua e sol, um buscando e fugindo do outro. triste!
mas quanta poesia pra pouco pensamento, já estava sonhando outra vez na
frente daquela imensidão, pensando coisas sem sentido. pensou que naquele
instante o seu grande amor poderia estar em algum canto do mundo encarando a
lua de frente e pensando nela, sem conhecer. a gente fica romântica quando vê
um casal que se ama tanto se beijar assim tão profundamente.
a verdade é que não havia desejo desesperado, não havia necessidade de
amor. ali, depois de tanto tempo ela compreendeu que se bastava, ainda que
desejasse que alguém testemunhasse tal bastamento junto dela, agregando ainda
mais desse bem estar. vai acontecer, no seu devido tempo, não tenha pressa,
menina. e já desconfiava que quem lhe dizia aquilo não era sua alma, mas a lua.
sentiu que ela lhe encarava. mais que isso, encorajava. deu vontade de tirar
foto (e até tentou) mas compreendeu que momentos como aquele não se registra em
fotografia. desistiu e se abraçou ainda mais forte, se amando inteiramente até
que a noite virasse dia.
Comentários
Que leveza nas palavras. QUANTO AMOR...
Sem palavras amiga.
Me emocionei.
Luv.
Lindo texto Flá.
Te amo!
Beijo