memória perfumada
tem época da nossa vida que tem cheiro, não tem?
acho que todas elas, talvez. a minha pelo menos. vinha vindo para entrar no metrô hoje (sempre ele) e passei por um menino e uma menina, pré-adolescentes. no máximo, estourando, uns treze, de uniforme, na plataforma do metrô. claramente estavam matando aula. extremamente felizes. ela com aquelas mil pulseiras na mão esquerda, o relógio colorido na direita, o lápis preto no olho. ele com a roupa propositalmente desleixada, a mochila rabiscada, o tênis sujo. eu não só vi aquilo tudo, eu senti. senti o cheiro dos meus treze anos, um cheiro característico, um perfume. eu juro.
meu colégio tinha um pátio enorme, coberto e descoberto, mas nós gostávamos mesmo era de ficar ao pé da escada da perua, onde mais tarde colocariam um orelhão (em que passaríamos longos minutos pregando trotes), mas que até aquele tempo era um terreno quase inabitado. levávamos cd's, veja só, intercalávamos. "amanhã eu trago o do legião", "cássia eller, xá comigo!", "vou ver se roubo o cd do skank escondido do meu pai". e lá se iam os vinte minutos rapidíssimos do intervalo. ouvindo "relicário", "resposta", "faroeste caboclo" - eu ainda sei cantar inteirinha! - músicas que até hoje me embalam aquela fase da minha vida, quase que trazend de volta o que passou. e era isso, sentávamos no chão e cada encostadinha de perna era um choque elétrico, cada cabelo que me caía nos olhos e que precisava ser retirado uma vitória, cada passo que dávamos andando juntos até a cantina (depois do sinal) pra comprar balas, uma cena de um filme de romance. eu não sei descrever cheiros, mas eu sei que era exatamente aquele que eu vi ali na cena do metrô.
além, é claro, do uniforme, do tênis sujo, da mochicla rabiscada, das pulseiras, relógios e lápis de olho. não era mais um disckman, mas lá estava o fone de ouvido. afinal, as coisas não mudam tanto assim.
acho que todas elas, talvez. a minha pelo menos. vinha vindo para entrar no metrô hoje (sempre ele) e passei por um menino e uma menina, pré-adolescentes. no máximo, estourando, uns treze, de uniforme, na plataforma do metrô. claramente estavam matando aula. extremamente felizes. ela com aquelas mil pulseiras na mão esquerda, o relógio colorido na direita, o lápis preto no olho. ele com a roupa propositalmente desleixada, a mochila rabiscada, o tênis sujo. eu não só vi aquilo tudo, eu senti. senti o cheiro dos meus treze anos, um cheiro característico, um perfume. eu juro.
meu colégio tinha um pátio enorme, coberto e descoberto, mas nós gostávamos mesmo era de ficar ao pé da escada da perua, onde mais tarde colocariam um orelhão (em que passaríamos longos minutos pregando trotes), mas que até aquele tempo era um terreno quase inabitado. levávamos cd's, veja só, intercalávamos. "amanhã eu trago o do legião", "cássia eller, xá comigo!", "vou ver se roubo o cd do skank escondido do meu pai". e lá se iam os vinte minutos rapidíssimos do intervalo. ouvindo "relicário", "resposta", "faroeste caboclo" - eu ainda sei cantar inteirinha! - músicas que até hoje me embalam aquela fase da minha vida, quase que trazend de volta o que passou. e era isso, sentávamos no chão e cada encostadinha de perna era um choque elétrico, cada cabelo que me caía nos olhos e que precisava ser retirado uma vitória, cada passo que dávamos andando juntos até a cantina (depois do sinal) pra comprar balas, uma cena de um filme de romance. eu não sei descrever cheiros, mas eu sei que era exatamente aquele que eu vi ali na cena do metrô.
além, é claro, do uniforme, do tênis sujo, da mochicla rabiscada, das pulseiras, relógios e lápis de olho. não era mais um disckman, mas lá estava o fone de ouvido. afinal, as coisas não mudam tanto assim.
Comentários
Eu e meus amigos do colégio também revezamos nos cds, era divertido. Mas lembro ainda de ter um walkman com fitas gravadas do rádio. :)
=*
Flá, sei que devo tanta visita à você. mas tudo anda tão ai, que quando dá, eu venho.
agora deu.
e flá, se você ver no meu perfil tem mais um blog que eu criei: a vida dos dinossauros.
se vc quiser dar um pulo lá. eu não estou divulgando e nem vou. mas como você é leitora-blogueira velha conhecida. :) ficadica
Quando eu vou em show, também, acabo colocando na cabeça que o cantor/cantora tem o cheiro do perfume da pessoa do lado. Quando eu fui no show da Avril, aos 13 anos, tinha uma moça com um perfume muito forte, na mesma linha da platéia que eu. Não sei descrever o perfume, mas quando eu o sinto, penso na hora: Olha aí o cheiro de Avril!
Hahaha.
Beijos!!
-
Comecei cursinho, to em semana de prova e tentando administrar meu tempo, evitarei o máximo sumir, mas não sei se vou conseguir entrar todo dia.
A vida tem um cheiro característico para cada fase da vida.
Pensando bem nisso, isso se torna ainda mais lindo e complexo.
A gente só percebe o cheiro quando viveu intensamente aquela fase, ou que está vivendo.
Nesse momento sinto cheiro de flores. Quem me lembra a minha paixão dos 18 anos. :)
Um beijo Flá!
Ah, eu era doida pra ter um walkman!
Os cheiros que mais me marcaram foram os da minha infância. Adolescência nem tanto (talvez porque saí recentemente da mesma), mas quando se trata da infância...Cheiro da casa onde eu morava (sim!), cheiro do pátio da escola, cheiro de roupa lavada estendida no quintal, cheiro das viagens que fiz pra casa da minha tia (até hoje fico sentida quando vou visitá-la)...ah, bom demais, cheiro da vida!
Beijos, Flá! :)
Abraços.