éramos quatro
eu tinha quinze anos e éramos em quatro amigas.
tínhamos até nome, que não vou divulgar aqui pois não tenho a permissão das outras três. mas éramos felizes e confidentes: não fazíamos nada sem contar uma a outra. desde o beijo escondido no terceiro andar, os interesses pelo sexo oposto, até os medos mais internos. "e se eu não souber o que fazer?" ou "e se ele estiver com muita pressa?". era uma época de descobertas, onde tudo era novo: os sentimentos, os medos, os meninos. assim, como que para prever o futuro, que naquela época era tão mais curto, só um vislumbre, matávamos o intervalo da última sexta feira da semana para tirar um tarô chinfrim da revista capricho, uma para a outra, sempre com um caderno de anotações na mão, para não esquecermos.
tínhamos apelidos e botávamos apelidos nos outros com uma facilidade impressionante. amávamos uns poucos, detestávamos outras tantas.
era um tempo bom, onde os maiores acontecimentos do ano eram as festas de debutantes, o "com quem eu vou dançar" e "qual penteado vou usar". vivíamos na casa uma da outra, dormíamos juntas, tomávamos banhos juntas e levávamos broncas juntas pelas quilométricas contas de telefone.
tínhamos danças específicas e olhares secretos que diziam tudo sem uma só palavra e éramos todas diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais. éramos amigas poderosas inseparáveis e gatas. assim, simples. o mundo cabia direitinho na nossa mão. ou no pátio daquele colégio, ou no jardim do prédio de uma de nós, ou no último banheiro do segundo andar, por quê não? nós éramos poucas, fiéis e felizes. éramos quatro.
tínhamos até nome, que não vou divulgar aqui pois não tenho a permissão das outras três. mas éramos felizes e confidentes: não fazíamos nada sem contar uma a outra. desde o beijo escondido no terceiro andar, os interesses pelo sexo oposto, até os medos mais internos. "e se eu não souber o que fazer?" ou "e se ele estiver com muita pressa?". era uma época de descobertas, onde tudo era novo: os sentimentos, os medos, os meninos. assim, como que para prever o futuro, que naquela época era tão mais curto, só um vislumbre, matávamos o intervalo da última sexta feira da semana para tirar um tarô chinfrim da revista capricho, uma para a outra, sempre com um caderno de anotações na mão, para não esquecermos.
tínhamos apelidos e botávamos apelidos nos outros com uma facilidade impressionante. amávamos uns poucos, detestávamos outras tantas.
era um tempo bom, onde os maiores acontecimentos do ano eram as festas de debutantes, o "com quem eu vou dançar" e "qual penteado vou usar". vivíamos na casa uma da outra, dormíamos juntas, tomávamos banhos juntas e levávamos broncas juntas pelas quilométricas contas de telefone.
tínhamos danças específicas e olhares secretos que diziam tudo sem uma só palavra e éramos todas diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais. éramos amigas poderosas inseparáveis e gatas. assim, simples. o mundo cabia direitinho na nossa mão. ou no pátio daquele colégio, ou no jardim do prédio de uma de nós, ou no último banheiro do segundo andar, por quê não? nós éramos poucas, fiéis e felizes. éramos quatro.
Comentários
Já fiz parte de 5 no meu bairro. Depois mais 5 na escola. Agora é eu e mais uma na faculdade. Eu e mais outra do terceiro ano...
Toda vez q vou pra Goiânia faço questão de visitar as duas turminhas de 5, mas dói a cada visita porque as 10 se transformaram em cada uma. Cada uma com a sua vida.
E agora se tornou um grupo, um grupo lindo e meu, que me traz muita muita felicidade.
Lindas memórias.
Beijo.
depois, resta a saudade pra lembrar que a gente viveu um tempo muito bom!
quase chorei lembrando das minhas amigas...