um, dois

quando você voltou, há dois anos atrás, meu medo só não era maior que o amor.

lembro de certa vez ter escutado uma frase que dizia: "você já quis tanto uma coisa a ponto de ter medo dela?" e era isso que eu sentia toda vez que eu olhava pra você. um medo descarado, um desespero da alma, um arrepio na espinha, tremedeira no corpo inteiro. porque eu nunca quis nada no mundo como eu quis você.

hoje, tanto tempo depois, eu ainda te quero mais do que tudo, e não me lembro de te olhar alguma vez sem sentir a tal da tremedeira no corpo inteiro. é uma sensação que começa no coração e vai invadindo todo o resto de mim, tomando conta de cada mínimo detalhe e quando vejo lá estou eu toda arrepiada. mas, de alguma forma, seus beijos, abraços, suas ligações no meio do dia, as mensagens, as cartas os presentes e todo o tipo de coisa que qualquer pessoa no mundo considera banal - assistir televisão, dvd, cinema e comer pastel na quermesse - calaram meu medo. não que ele não esteja mais aqui, ele ainda pulsa em mim com força. mas hoje ele tá lá, lá atrás, no final da linha, perdendo disparado do amor. de alguma forma, aos poucos, você foi me provando que dessa vez é pra valer e que você veio pra ficar, e hoje mesmo quando a gente briga e fica algumas (muitas! eternas!) horas sem se falar e o medo me invade como uma avalanche, eu tenho a certeza de que não, não é possível, a gente vai fazer as pazes e você vai ficar. porque é isso que a gente faz, é isso que nós somos.

nós somos dois em um só. ou um só em dois.

e são dois anos amor. eu sou a mulher mais feliz do mundo. e é só o começo.