Cadê aquele amigo que estava aqui?

E vou te contar, lá no dia da formatura, onde vocês estiverem tomados por uma sensação completamente desconexa entre felicidade (ufa, vou entrar na faculdade, sou livre!) e tristeza (meu Deus, e essa galera não vai comigo!) vocês vão fazer mil promessas e jurar que as reuniões na casa da Lú vão continuar, pelo menos uma vez por mês, do mais não passa. E vão ter viagens também, vão combinar várias, um cruzeiro universitário com todo mundo, a casa da praia da Bia, o sítio do Tuco. Tudo combinado, só vai faltar estabelecer a data. E vai todo mundo chorar escutando "É Preciso Saber Viver", na voz dos Titãs. E mesmo na hora de abraçar o professor chato enquanto você pega aquele canudo vazio vai te apertar o coração.
Mas lá vem a pior parte, e eu vou continuar te contando. Vocês até vão pra casa da Lú, mais umas 5 vezes mas só metade da galera vai conseguir comparecer, e não os culpe, eles tem trabalhos, que trabalhar, que estudar, e não vão aparecer. E a casa de praia da Bia também não vai rolar, porque é pouca gente indo e não cobre o preço da van, ou da gasolina. E o sítio do Tuco, veja lá, ele está trabalhando, atarefado...
Não, não é um mar de rosas, e a gente não assume durante, mas reconhece depois, que não dá pra manter todo mundo. Vão sobrar sim, um ou outro pra consolo em alguns finais de semana, e quando vocês se encontrarem, vão rir feito loucos, lembrando das piadinhas sem graça do Zeca, e vão dizer que no fundo gostavam daquele professor que gritava. E vão sentir alguns apertos lembrando a falta que a Lú faz, a falta do Tuco e etc e tal, mas não farão lá muita coisa pra mudar. E simplesmente vão aceitar que a formatura, mais do que te afastar da escola, te afasta daquela gente que viveu com você, os melhores anos de sempre.
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