lar doce lar

são paulo nunca fez tão jus à sua fama de terra da garoa como nesses últimos dias. faz mais de semana que chove sem parar, com ritmos de garoa que variam entre a fina e a muito escandalosa que acaba com o cabelo e a pose das mais arrumadas e também com a paciência de todos os paulistanos que sofrem com o trânsito seja no transporte público ou dentro do próprio carro.

acordar e ver essa chuvinha lá fora é quase como escutar céu e terra implorando para que eu permaneça na cama, envolta nos meus próprios lençóis, engordando à base de chocolocate quente e pipoca. ver este tempinho assim, tão londrino, é quase uma súplica para ficar abraçada no namorado assistindo horas de episódios de uma mesma série, ou um filme atrás do outro, a ponto de confundir qual é o meu corpo e qual o dele, onde eu começo e onde ele termina.

este tempo também pode ser uma forma de se agarrar àos bolinhos de chuva da mãe, reunir a família e fazer um monte de coisa junto, dentro de casa, desde jogar papo furado pra fora, até reviver as fotos que estão no fundo do baú.

pode também ser uma boa pedida reunir as amigas, fazer um bom brigadeiro calórico e ficar horas atualizando o que de melhor e o que de pior tem acontecido na vida. ou, boa opção, desfrutar da própria companhia (por quê não?) lendo um bom livro, escutando músicas do tempo do ronca e que fogem da listinha do seu ipod, colocar aquele velho cd do sandy e jr e reviver as próprias memórias da infância, entrar em contato consigo mesma até se perder e se encontrar de volta.

neste tempinho, qualquer uma dessas opções são mais que válidas e eu fico aqui só sonhando com o tempo em que elas eram possíveis. porque este tempinho combina com férias e eu estou no meio da jornada do trabalho e ainda não vai rolar. se você puder fazer qualquer uma dessas coisas, corra! faça!

ah, como eu queria estar em casa...