amiga de infância

eu tive uma amiga de infância que era carne, unha e osso comigo.

não consigo lembrar de mim criança sem pensar nela. quando novas, dividimos os vestidos das chiquititas, os tazos da looney-tunes, as barbies da moda e todos (todos!) os bancos dos ônibus, quando a escola fazia alguma atividade extra-curricular. quando crescemos mais um pouco, dividimos também os sentimentos: fomos do ódio àquilo que chamávamos de amor por todos os meninos da sala - confundíamos facilmente amor com beleza. nessa época, dividimos também os primeiros bilhetinhos (perguntas como oi, tudo bem? não podiam esperar até o final da aula). quando finalmente chegamos à adolescência dividimos todo o resto das descobertas: beijos, amores, namoros, rompimentos, trabalhos escolares, acampamentos de férias (NR!), aulas de dança, de jazz, de sapateado, sapatilhas, olimpíadas, vitórias, derrotas, medos e problemas familiares. tudoaomesmotempoagora, em uma mistura pra lá de boa que nem a saudade e a nostalgia chegam perto do sabor.

éramos opostas. eu era calma, ela stressada, eu era loira do cabelo escorrido, ela a morena de cabelo encaracolado, eu era são paulina, ela corinthiana, eu era boa em história e geografia, ela gostava de matemática. mas de alguma forma ela me completava, com os seus discursos inflamados, quando ameaçava aqueles que me faziam sofrer, quando mandava todo mundo sair do banheiro pra cuidar de mim quando baixava minha pressão - "pode sair todo mundo daí, anda perua, me dá seu pulso pra eu dar umas batidinhas com água" (enquanto amarrava meu cabelo).

e então ela foi embora e eu nunca mais fui à mesma.
pelo menos até essa semana.

é muito bom ter você de volta.
muito mesmo.
eu me pareço tanto comigo mesma quando a gente dividia as madrugadas conversando sobre todos os assuntos do mundo. "amizade verdadeira é aquela que não desiste". tão bom ter você de volta...
amiga.

Comentários

Ana Luísa disse…
Também tenho minha amiga de infância! Mas infelizmente a nossa 'história' não pode ser como a de vocês, porque eu me mudei de Vitória com 7 anos e ela ficou. Apesar da distância e do tempo, nos falamos ainda, e eu confiaria a minha vida nela, assim como tenho certeza que ela confia a dela em mim. Tem coisas que o tempo não apaga. Quando eu a vejo, mesmo que seja raro, sinto a mesma intimidade, o mesmo carinho, de sempre. Essas amizades que fazemos na infância podem ser sim muito sólidas! E somos tipo você e sua amiga. Eu sou loira de cabelo fino e olho azul, ela morena, com cabelo preto, bem cacheado. Quando éramos novinhas ela era bem mais lady e eu era a destrambelhada. Ela praticamente andava em nuvens, e eu vivia caindo. Com o tempo, ela acabou se mostrando mais tímida e doce, enquanto eu me tornei mais extrovertida e alegre.. Mas o importante é que apesar de tudo, estamos sempre nos encaixando!
Beijos, Flá! Que bom que sua amiga voltou!
Ana Luísa disse…
Amei seu comentário no meu post da paixão, e vim justamente dizer que seus posts sobre seu namorado me enchem os olhos! Isso é paixão! *_*
(vc tem twitter? =D)
entre-caminhos disse…
Nada como rever amigas de infância. A nossa essência parece que volta, né?
Anônimo disse…
Eu tive uma amiga assim, quando muito pequena.
Um dia, ela também foi embora.
Nos vimos em algumas ocasiões, mas a amizade de antes não vingou.
Tive muitos amigos passáveis. Hoje, tenho uns poucos.
Que sorte a sua.
euretrato disse…
É bom ter amigas assim! E apesa da distância, sempre estamos próximas de alguma forma e quando nos reencontramos o tempo pareceu não passar..

Um beijo!
gabi disse…
aaah, agora me deu saudade da minha metade que ficou lá em Pernambuco :s
Lara Mello disse…
Eu não vejo mais minha amiga de infância :(
Mas bom para vc, amigo é aquele que conhece, não aquele que convive :)
Julliany kotona disse…
Amei teu blog tuas palavras transparecem verdade e emoção,gostei tanto que resolvi ficar,já estou a te seguir te convido a fazer uma visita em meu blog se gosta fica por lá amei tudo aqui é lindo bjos tenha uma exelente semana!

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