Sobre Jornalismo

Começo esse texto esclarecendo coisas importantes: 1) sou estudante de jornalismo e já me sinto profissional; 2) sou sensível; 3) não estou desmerecendo o sofrimento de ninguém.
Acontece que ando meio de birra com a mídia. Mais do que nunca. Essa raiva começou logo quando eu entrei na faculdade e fomos bombardeados com a tragédia dos Nardoni. Eu entendia o sofrimento da família, o interesse público, mas não compreendia e não aceitava aquela invasão, tanto na vida daquela família destruída como em nossas casas.

O caso se repetiu na mesma tristeza que chegou à família de Eloá. Lembro que a mídia ultrapassou todos os limites, com Sônia Abrão falando ao vivo com o criminoso. Até que ponto podemos saber o quanto isso interferiu no desfecho trágico?

A verdade é que hoje é dia 15 de janeiro. São os primeiros quinze dias do ano e nem assim há folga pra desgraça. Tá lá estampada nos jornais e na televisão. Histórias e mais histórias tristes como a de Angra dos Reis e do Haiti. Não sou alheia ao sofrimento dessas famílias, muito pelo contrário, sou muito compadecente com as dificuldades que eles estão tendo de suportar. A mídia nos massacrou no primeiro dia do ano com imagens cheias de sofrimento da população de Angra, que agora perdeu espaço para o Haiti. Chega!

Sei que sem a mídia eu nem teria acesso à esses acontecimentos e agradeço à ela por toda a informação que me endereça. Mas pronto, chega, eu já entendi. Todo mundo tem seus problemas e a gente quer chegar em casa e dar um pouco de risada, de descanso. Respeito todas as vítimas e sofro por elas. Mas sinceramente, não quero sofrer como elas. Enquanto isso, prefiro até ser um pouco alienada. Não eu não vi quem matou quem no meio da estrada, nem li o caso da menina que assaltou os pais. Prefiro ler meus livros e assistir a filmes e séries de Tv, muito obrigada.

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