Mais de Michael

Acabei de apagar um post enorme. Não pude passar ilesa à confirmação da notícia de que Michael Jackson morreu. Acabou de sair da boca de William Bonner. Agora eu acredito.
Morreu.
O ídolo do pop morreu.
E vão mostrar sem parar na televisão imagens da sua transformação bizarra, reduzindo sua vida turbulenta à algumas imagens sobre uma pessoa que passou a vida se destruindo. É claro que Michael é uma pessoa pela qual o jornalismo se aproveitou durante todos esses anos. Suas peripécias excedem a normalidade e não sei por qual razão sádica nós gostamos de ver assim, em público, a imagem de uma alguém ser deteriorada. Sim. A imagem, pois poucos olham para a pessoa.
Eu não sei quando foi que comecei a gostar do Michael. Comecei a sentir uma pena enorme daquela pessoa brilhante que era capaz de atrair públicos imensos em qualquer lugar do mundo, aquela pessoa com um talento incrível que simplesmente não soube se amar. Não sou Freud pra dizer quais as razões, mas pude ver, por conta própria já que faço parte da geração de sua decadência.
Eu só consigo dizer que hoje perdemos muito mais do que uma criatura bizarra que passou a vida querendo colocar em sua aparência a transparência de sua infelicidade. Muito mais que uma criatura que foi acusada inúmeras vezes de pedófilo. Muito mais do que um perturbado mental. Hoje nós perdemos o rei do pop, o inventor de histórias do videoclipe, de novos jeitos de dançar, de usar o corpo. Michael é mais um ídolo que eu sofro por não ter tido a chance de assistir em seu auge. Assim como outros tantos que o tempo tirou de mim antes mesmo que eu pudesse viver.
É por isso que ao contrário de todos os meus companheiros de jornalismo que hoje, eu vou postar aqui uma das músicas mais gostosas que eu já escutei na minha vida. Da primeira vez só feche os olhos e escute. Na segunda assista. O menininho incrível, com um molejo impressionante e voz mais gostosa é ele, o próprio. Antes de a vida, ou ele próprio, cair em desgraça e tristeza. Lá está ele. Pedindo "Mais uma chance" para o amor...




É uma das minhas músicas favoritas.
Durma em paz, Michael.

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